quarta-feira, 23 de março de 2016

O CAMINHO PARA CRUZ

O CAMINHO PARA CRUZ
Você já foi tentado a duvidar do amor de Deus por você?                           Talvez você tenha perdido uma pessoa amada, ouvido más notícias de um médico, ou tido que enfrentar novamente uma tentação perturbadora. “Deus”, você lamenta, “se Tu me amas de fato, como podes permitir que isto aconteça comigo?”.
Em todos esses momentos, na verdade, o fato de quanto Deus nos ama é que pode nos impedir de desesperarmos. “Aquele que não poupou o seu próprio Filho, antes, por todos nós o entregou, porventura, não nos dará graciosamente com ele todas as coisas?” (Rm 8.32). Meditar sobre os sofrimentos de Cristo pode realmente nos ajudar a “Conhecer o amor de Cristo, que excede todo entendimento” (Ef 3.19) e é uma maneira absolutamente prática de nos equiparmos para confiar nEle, aconteça o que acontecer.
Desde o século IV d.C. alguns cristãos têm encontrado consolação em caminhar pela Via Dolorosa, a saber, o “caminho do sofrimento”, ou “o caminho doloroso”, para se lembrarem da jornada de Jesus até a cruz. Essa rota de 700 metros de comprimento segue pela Cidade Velha de Jerusalém, desde a Fortaleza Antônia, perto do Monte do Templo, até a Igreja do Santo Sepulcro, o local tradicional mais antigo da crucificação e do sepultamento. Porém, o local visitado pela grande maioria dos cristãos conservadores contemporâneos é o Jardim do Sepulcro, localizado perto da Porta de Damasco.
O que realmente aconteceu no caminho para a cruz? E como meditar sobre as verdades da Escritura nos fortalece com a segurança do amor incondicional de Deus por nós? As Escrituras sobre a Via Dolorosa são claras e simples, contudo são profundas. Na estrada para a cruz, a glória de Deus estava à mostra; o plano de salvação estava sendo realizado; e o amor de Jesus por você e por mim foi demonstrado: “Pois também Cristo morreu, uma única vez, pelos pecados, o justo pelos injustos, para conduzir-vos a Deus” (1Pe 3.18).
O sofrimento de Jesus começou no Jardim do Getsêmani; continuou em Sua prisão, nos julgamentos religioso e civil que Ele foi forçado a suportar, e nos açoites desumanos que sofreu dos soldados romanos, quando o governador romano Pôncio Pilatos buscava despertar a simpatia das multidões. A seguir, Pilatos “O entregou para ser crucificado” (Jo 19.16) e, “Quando chegaram ao lugar chamado Calvário, ali o crucificaram” (Lc 23.33).
A Bíblia registra quatro cenas principais, cada uma das quais mostra uma preciosa qualidade do Cordeiro de Deus e Seu notável amor por nós.
DEPENDÊNCIA
Quatro soldados formavam o esquadrão padrão para uma crucificação. “Os soldados, pois, quando crucificaram Jesus, tomaram-lhe as vestes e fizeram quatro partes, para cada soldado uma parte” (Jo 19.23).

"Tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, (...) tornando-se obediente até à morte e morte de cruz" (Fp 2.7-8). O Homem de Dores experimentou a fraqueza do ser humano por amor a você e a mim.
A primeira parada no caminho para o Calvário foi o pátio do Pretório, a residência oficial do governador. Então, “os soldados do governador, levando Jesus para o pretório, reuniram em torno dele toda a coorte” (Mt 27.27). Esta provavelmente era a Fortaleza Antônia, ao lado do Templo. Até aos dias de hoje, antigos jogos romanos entalhados no pavimento do pátio podem ser vistos. Os 200 ou mais soldados de “toda a guarnição” decidiram ter ali algum divertimento cruel, antes que começasse o trabalho sério da crucificação.
Famosos por sua brutalidade, eles expressaram sua própria depravação e ódio por Israel ao debocharem do “Rei dos Judeus”. Eles O despiram, vestiram-nO com um manto vermelho para mostrar uma falsa realeza (provavelmente uma capa que havia sido descartada por algum oficial), fizeram uma coroa de espinhos (que nos faz lembrar da maldição do pecado sobre a terra), e Lhe deram uma vara por “cetro”. Depois, fizeram-Lhe reverências motejando dEle com cumprimentos de realeza; repetidas vezes cuspiram em Seu rosto mostrando seu desprezo por Ele; repetidamente, bateram em Sua cabeça com a vara, fazendo com que os espinhos agudos da coroa entrassem cada vez mais dolorosamente em Seu crânio; e bateram em Seu rosto com suas mãos calejadas.
Quão irônico é que meras criaturas tenham tido permissão para atormentar seu Criador, o verdadeiro Rei do Universo! Todavia, Ele, “Quando ultrajado, não revidava com ultraje; quando maltratado, não fazia ameaças, mas entregava-se àquele que julga retamente” (1Pe 2.23). Jesus entregou-Se a Seu Pai, confiando que o Juiz de toda a terra deixaria todas as coisas certas no final. O amoroso Senhor Jesus dependeu totalmente de Seu Pai para que pudesse pacientemente suportar a rejeição vinda de Suas próprias criaturas.
HUMANIDADE
Não sabemos por quanto tempo continuou o escárnio; mas, depois dele, a marcha em direção à execução foi reiniciada. A despeito de Suas machucaduras, Jesus, Ele mesmo, carregava Sua cruz (Jo 19.17), a trave de cerca de 50 quilos que homens condenados carregavam.
No entanto, as Escrituras dizem que os soldados recrutaram Simão, um cireneu, que estava entrando em Jerusalém, vindo do interior, para terminar a tarefa. Claramente, os soldados, que haviam tão cruelmente abusado de Jesus, jamais teriam usado Simão se houvesse a possibilidade de o próprio Jesus, cambaleando por causa da exaustão, tortura e perda de sangue, pudesse ter arrastado o peso por si mesmo.
Jesus não foi um sofredor super-humano. Ele estava exausto – um verdadeiro membro da humanidade, “Tornando-se em semelhança de homens; e, reconhecido em figura humana, (...) tornando-se obediente até à morte e morte de cruz” (Fp 2.7-8). O Homem de Dores experimentou a fraqueza do ser humano por amor a você e a mim.
Solidariedade
O Evangelho de Lucas diz que grandes multidões seguiam a Jesus, inclusive mulheres, cujos corações estavam sofrendo ao vê-lO seguir em direção à crucificação. Ele voltou-Se para elas e disse palavras compassivas de admoestação: “Filhas de Jerusalém, não choreis por mim; chorai, antes, por vós mesmas e por vossos filhos! Porque dias virão em que se dirá: Bem-aventuradas as estéreis, que não geraram, nem amamentaram. Nesses dias, dirão aos montes: Caí sobre nós! E aos outeiros: Cobri-nos!” (Lc 23.28-30).
Esta foi a sexta admoestação a Jerusalém, que Lucas registrou, vinda dos lábios do Messias de Israel. Esterilidade era considerada uma maldição; mas Jesus sabia que, quando os romanos queimassem Jerusalém, no ano 70 d.C. (e quando ela for novamente devastada durante a Tribulação), não ter filhos para enfrentar tamanha batalha seria uma bênção. Seria melhor ser moído debaixo de pedras do que enfrentar tamanha agonia.
A pergunta final de Jesus foi uma máxima para dizer que, se Ele estava experimentando tamanho sofrimento sem o merecer, mais terrível seria o julgamento que aqueles que o merecem irão enfrentar: “Porque, se em lenho verde fazem isto, que será no lenho seco?” (v.31).[1]
O Profeta, Sacerdote e Rei foi movido de compaixão para parar e emitir um aviso profético, mesmo em meio ao estresse de estar seguindo o caminho para a cruz. Oh!, como Ele ama a você e a mim!
PERSISTÊNCIA
Seis meses antes, Jesus havia dito aos apóstolos que Ele seria morto. Disse também:“Ninguém a tira [minha vida] de mim; pelo contrário, eu espontaneamente a dou. Tenho autoridade para a entregar e também para reavê-la” (Jo 10.18).
Tudo em Seus meses, semanas e horas finais mostravam Seu absoluto compromisso de cumprir o plano de Seu Pai como o Cordeiro de Deus.
Quando Jesus finalmente chegou ao Gólgota, onde seria crucificado, ofereceram-Lhe uma bebida de vinho misturado com mirra ou fel, usada como forte sedativo. O Talmude judeu diz que as mulheres nobres de Jerusalém costumavam doar essa bebida e trazê-la às crucificações.[2] “Deram-lhe a beber vinho com fel; mas ele, provando-o, não o quis beber” (Mt 27.34). O Messias estava tão determinado a manter Seus sentidos aguçados à medida que pagava o preço pelo nosso pecado que Se recusou a tomar qualquer coisa que diminuísse Sua agonia. Seu amor por nós foi total e persistente, resoluto.
O caminho para a cruz foi completo. Em horrível simplicidade, as Escrituras afirmam:“Depois, O crucificaram” (v. 35). Durante todo o percurso, nosso Salvador demonstrou Sua dependência, humanidade, solidariedade e persistência. O Pai foi totalmente glorificado através do Servo Sofredor.
Na próxima vez que as circunstâncias tentarem você a duvidar do amor de Deus, pegue uma Bíblia e siga ao lado do seu Senhor no caminho que Ele percorreu para a cruz, à medida que sofreu por você. A experiência poderá mudar a sua vida.                                                                                           
(fonte: www.chamada.com.br)

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