Não duvido do poder de Deus, pois fui alcançado por ele, creio que Ele faz até uma jumenta falar, se assim Ele quiser, como fez no caso de Balaão, registrado em Números capítulo 22, versículos de 21 a 41. Deus pode fazer infinitamente muito mais do que aquilo que pedimos ou pensamos. Isto é inquestionável. Não duvido dos dons espirituais, mas creio ser insensato, advogar o falar em línguas como sendo a experiência máxima da vida cristã, e atribuir tal experiência somente ao poder do Espírito, e a um chamado "batismo" com o Espírito Santo. E as outras experiências, não são válidas? Se a promessa do Espírito Santo é para todos conforme Atos 2:39, porque mesmo nas igrejas que defendem tal ensinamento, há dezenas de pessoas sinceras que nunca falaram em línguas, e outras que até já morreram sem falar? Não seria um erro dividir o Corpo de Cristo entre os que são batizados e os que não são batizados no Espírito Santo, tendo em vista que o apóstolo Paulo disse aos Coríntios 12:13, que TODOS nós fomos batizados em um só Espírito FORMANDO UM CORPO? (1Co. 12:12-13). Como explicar a unidade da Igreja se uns são batizados e outros não, se Paulo escrevendo aos Efésios disse: "Há somente um corpo e um Espírito, como também fostes chamados numa só esperança da vossa vocação; há um só Senhor, uma só fé e um só BATISMO; um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, age por meio de todos e está em todos"? (Efésios 4:4-6). Você já falou em línguas estranhas? Se falou, qual a vitória que você tem que outros cristãos que não falam não tem? Se não falou, como você se sente diante dos "privilegiados" ou "super-crentes" que falam, quando busca falar em línguas e não consegue? Você não se sente incapaz e inferiorizado e marginalizado pelo grupo? Você não é considerado como um cristão sem poder pelos outros que falam? Como você se sente quando vê pessoas dentro da sua igreja que falam em línguas "estranhas", e que são consideradas mais "espirituais', quando você que não fala tem uma vida mais exemplar do que as que falam? ... ... ... ... ... ... Cremos que é preciso usarmos a nossa capacidade de raciocinar, e fundamentarmos nossas convicções na Palavra de Deus, e não na experiência de outros. O livro de Atos, o mais usado para fundamentar tais ensinamentos, não nos serve como doutrina sistemática, ele nos fala de experiências diversas vividas pelos primeiros cristãos, mas nem todas foram iguais. Veja o exemplo de Paulo (Atos 9:1-9), do carcereiro de Filipos (Atos 16:27-34), do eunuco (Atos 8:26-40), da vendedora de púrpura, Lídia (Atos 16:11-15), e outros no livro de Atos. Por que não há registro de que eles falaram em línguas? Ou por que os apóstolos não lhes informaram que havia ainda um outro "batismo", deixando-os inocentes à esse respeito? ... ... ... ... ... ... O livro de Atos nos relata experiências diversas que não nos serve de padrão para tal ensinamento. Cada um de nós que estamos no reino de Deus, temos experiências e dons diferentes conforme disse Paulo em Coríntios 12:1-11. Se padronizarmos a experiência do falar em línguas como a evidência de poder espiritual, podemos estar incorrendo num grande erro, não percebendo o poder de Deus em outras áreas da nossa vida, isto é extinguir o Espírito (I Tessalonicenses 5:19). Talvez você tem outros dons, que os outros não percebem, mas que são úteis para a edificação do Corpo de Cristo. São tantos os dons conforme lemos em 1 Coríntios 12:8-11, mas infelizmente, os que são mais valorizados, são aqueles que deixam uma aparência de "poder". Não duvide, a promessa do Espírito vos diz respeito a vós, aos vossos filhos e para todos os que ainda estão longe, isto é, para quantos o Senhor, nosso Deus, chamar (Atos 2:39) ... ... ...Leia sempre e medite sempre na Palavra. (texto: Clóvis de Sousa Nogueira - Adaptação: Washingthon Bezerra)
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